Se você é um gestor de obras, engenheiro ou responsável por licitações, sabe que um orçamento bem avaliado é a espinha dorsal de qualquer projeto. Mas você sabe como validar um orçamento com agilidade e precisão, garantindo que ele esteja sólido? Neste texto, vamos explorar o conceito da validação do orçamento e apresentar técnicas práticas para que você possa ter mais segurança na execução das suas obras.
O que é validar um orçamento?
Validar um orçamento é aplicar um processo crítico e expedito para revisar e confirmar as informações apresentadas, sem a necessidade de refazer todo o trabalho. Imagine-se como diretor de uma construtora, participando de diversas licitações, com uma equipe dedicada de orçamentistas. Depois de horas exaustivas de trabalho, um orçamento finalizado chega à sua mesa. Como proceder? Passar uma semana revisando cada detalhe? Claro que não é a abordagem mais prática para quem lidera uma operação complexa.
A validação consiste em responder a perguntas essenciais e analisar os principais componentes do orçamento. É aqui que entra a famosa Curva ABC, uma ferramenta indispensável para priorizar os itens mais relevantes.
Curva ABC: o alicerce da validação
A Curva ABC organiza serviços ou insumos em ordem decrescente de impacto no custo total da obra. Ela é dividida em três faixas:
- Faixa A: Representa aproximadamente 70% a 80% do custo total da obra, mas inclui apenas 10% a 20% dos itens. Esta faixa concentra os insumos e serviços mais críticos e de maior representatividade no orçamento. Por isso, é onde devem estar os esforços de controle mais rigorosos, uma vez que pequenos desvios aqui têm impactos significativos.
- Faixa B: Engloba cerca de 15% a 25% do custo total, correspondendo a 20% a 30% dos itens. Esses insumos possuem impacto relevante, mas individualmente não são tão críticos quanto os da Faixa A. O monitoramento ainda é necessário, mas com menor intensidade.
- Faixa C: Refere-se aos 5% a 10% restantes do custo total, abrangendo até 50% dos itens. Estes são os insumos e serviços de menor impacto, cuja representatividade é limitada, mas ainda exigem atenção para evitar acumulação de custos desnecessários.
Ao validar um orçamento, sua atenção deve estar concentrada na faixa A. Afinal, é aqui que estão os serviços do “coração da obra” e os insumos de maior representatividade.
Como validar a curva ABC de serviços?
Recebeu um orçamento? Comece pela Curva ABC de serviços. Faça perguntas críticas, como:
- Quem orçou o serviço? Sua equipe tem experiência com esse tipo de atividade?
- A produtividade adotada é conhecida? Baseia-se em dados reais ou em valores genéricos de tabelas como o SINAPI, SICRO, TCPO ou qualquer outra?
- Esse serviço será executado internamente ou subcontratado? Se for subcontratado, o preço foi validado diretamente com o fornecedor?
Por exemplo, se o serviço envolve alvenaria, pergunte: a produtividade utilizada reflete a realidade da obra? Se for uma produtividade de pedreiro em outra região, o impacto pode ser grande. Um diálogo direto com a equipe (ou com os subcontratados) ajuda a ajustar essas variáveis críticas.
E a curva ABC de insumos?
Após revisar os serviços, passe para os insumos. Aqui, a abordagem é similar, mas com foco em fornecedores e preços:
- As cotações refletem o mercado local? Certifique-se de que os preços foram obtidos de fornecedores na região da obra e não apenas retirados de bancos de dados genéricos.
- Qual foi o critério de cotações? Para itens da faixa A, o ideal é obter pelo menos cinco cotações. Para as faixas B e C, o rigor pode ser menor, mas sem comprometer a qualidade.
- Há espaço para negociação? Insumos da faixa A oferecem as melhores oportunidades de economia. Negociar 5% em um insumo crítico é muito mais impactante do que buscar grandes descontos em itens da faixa C.
Por exemplo, se o cimento está na faixa A e você tem uma cotação de R$ 25,00 por saco, vale negociar diretamente com o fornecedor para reduzir esse custo. Esse pequeno ajuste pode gerar economias significativas no orçamento global da obra.
Dicas práticas para validar orçamentos com segurança
- Documente tudo: Certifique-se de que os critérios de validação sejam claros e bem registrados.
- Estabeleça critérios de validação para cada faixa: serviços e insumos da faixa A exigem mais atenção do que os das faixas B e C.
- Traga a equipe para o processo: valide informações com orçamentistas, subcontratados e fornecedores diretamente envolvidos no projeto.
- Use ferramentas confiáveis: softwares de orçamento podem agilizar a geração de relatórios, como a Curva ABC. Existem uma variedade de softwares no mercado que atendem a essa dica tranquilamente.
Por que a validação é crucial?
Validar um orçamento não é apenas um exercício técnico; é uma forma de reduzir riscos, evitar surpresas e assegurar que os recursos do projeto sejam bem utilizados. Além disso, um orçamento validado aumenta a confiança dos stakeholders no projeto, seja em uma obra pública ou privada.
Como gestor de obra, construtor ou contratante, você não precisa (e nem deve) revisar cada linha do orçamento. Concentre-se no que realmente importa, faça as perguntas certas e utilize as ferramentas disponíveis para garantir que o projeto tenha uma base sólida.
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